sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Começando a pagar

Reproduzo abaixo editorial do Panorama, publicado na edição de 30/09/2011.

Começando a pagar
O governo do Estado começa nesta sexta-feira a pagar uma dívida de muitos anos com o Vale do Paranhana, em que investimentos necessários para a região foram sendo negligenciados. Muito disso, talvez, tenha acontecido pela falta de representatividade política do Paranhana, mas isso já é outra história. O fato, agora, é que o Estado, ao menos por enquanto, abrirá um canal de diálogo com a região, por meio da interiorização do governo.
A notícia merece comemoração, uma vez que a região carece de uma série de medidas que dependem da força do governo gaúcho para serem concretizadas. Uma das temáticas que deve pautar o debate, por exemplo, é a infraestrutura regional. Neste sentido, é inconcebível que o Estado faça a duplicação da ERS-239 apenas entre o arroio Tucanos e a 474, deixando para trás os acessos à nova rodovia, que dependem de investimentos também na ERS-020, em Taquara.
Nesta área, ainda existem outros gargalos a serem resolvidos e que dependem quase que exclusivamente da força do Estado. Um deles é a duplicação da ERS-115 entre Taquara e Três Coroas, cuja importância da obra foi evidenciada no recente episódio do fechamento da rodovia, que colocou em manchetes estaduais o tamanho do fluxo que passa pela 115.
Mas nem tudo são problemas, pois ao menos numa área a interiorização traz uma boa notícia com a autorização para abertura da UTI, estrutura, aliás, que se não fosse o Estado assumir a responsabilidade dificilmente estaria sendo concretizada neste momento. O contraditório, no entanto, é que o governo gaúcho assume para si só agora uma responsabilidade que deveria ser sua há bastante tempo. As legislações dizem que cabe aos municípios, no tocante ao atendimento de saúde, arcar com a atenção básica. Já a média e alta complexidade, diz a regra, fica sob a batuta dos governos estadual e federal. Portanto, em que pese a UTI ter a sua abertura autorizada durante a interiorização, fica o lamento de que só agora o governo do Estado tenha acordado para a sua responsabilidade no projeto.
Portanto, levando em conta estas e outras demandas a serem enfrentadas, fica evidenciada a importância de a região receber o governo gaúcho nesta sexta-feira. Mais importante ainda é que as entidades e organismos do Paranhana estejam devidamente organizados, apresentem sua lista de prioridades e que se obtenha êxito em conquistar melhorias por parte do Palácio Piratini. Melhorias, aliás, que o Estado deve há muito tempo para a região.

Abertura do Panorama

Tópicos publicados na abertura do Panorama, edição de 30/09/2011.

ATENÇÃO À SEGURANÇA
Comemorada pela Prefeitura como um fato histórico, a demolição do camelódromo representou um avanço enorme para devolver a Praça da Bandeira à comunidade. Contudo, o processo realizado no sábado deixou um alerta à segurança dos trabalhadores. Primeiro, é inadmissível que a Secretaria Municipal de Obras transporte seus funcionários em um veículo sem porta, como a Kombi que vem sendo utilizada pela Pasta. Como o poder público vai cobrar o cumprimento às leis de trânsito, se ele próprio as negligencia? Outro detalhe: praticamente todos os funcionários que atuaram na demolição trabalharam sem os equipamentos de segurança adequados, revelando um problema que existe há mais tempo. Diz um ditado que é melhor prevenir do que remediar. Neste sentido, está mais do que na hora de a Prefeitura resolver esta situação, já verificada em outras obras.

FICOU NOS 6%
Depois de aumentar para 15 o número de vereadores em Taquara, a Câmara resolveu manter como está o repasse da Prefeitura ao Legislativo. Foi aprovada no dia 21 a manutenção em 6% do repasse, em projeto de autoria do vereador Nelson Martins (PMDB). Na mesma sessão, os vereadores rejeitaram uma emenda à proposta, de autoria dos vereadores Fabiano Matte (PMDB) e Luis Felipe Luz Lehnen (PSDB), diminuindo em 0,2% o repasse. Mas aprovaram alteração definindo que o 1% que a Prefeitura deixará de enviar à Câmara seja destinado à saúde e segurança, numa forma de evitar que o Executivo utilize o dinheiro como bem entende.

sábado, 24 de setembro de 2011

O olhar para o futuro

Reproduzo abaixo editorial do Jornal Panorama, edição de 23/09/2011.

O olhar para o futuro
Mesmo que adiada para este sábado, em decorrência de uma decisão judicial, a demolição do camelódromo situado na Praça da Bandeira representará um marco histórico para Taquara, considerado por muitos como o fim de uma era. O problema, um assunto que virou praticamente uma “novela”, vem sendo amplamente discutido nos últimos anos, com a crescente pressão da comunidade para que possa voltar a usufruir do espaço público da praça, relegado a segundo plano com a existência das bancas comerciais.
Agora que se chegou a um mínimo de consenso sobre a retirada da estrutura, ainda que apareçam dissidências em alguns momentos, o caso do camelódromo deixa algumas lições que servem para o futuro de Taquara, principalmente após toda a maratona que foi preciso enfrentar para corrigir o erro que foi a instalação das bancas na praça. Um dos mais importantes aprendizados que fica é sobre a importância a ser dada ao planejamento do que queremos para Taquara. Quando foi aberta a discussão sobre a necessidade de alocação dos vendedores ambulantes, ainda no início dos anos 90, um bom planejamento talvez tivesse detectado o problema que se veria mais adiante, tendo como exemplo a falta que uma estrutura de praças faria à população, em especial diante do crescimento urbano que seria verificado nos anos seguintes.
Essa lição fica mais latente ainda quando a atual administração municipal anuncia a necessidade de revisão do Plano Diretor, instrumento que regula o desenvolvimento da cidade, firmando para isso convênio com uma instituição de ensino (UFRGS). É preciso que todos os envolvidos nesta discussão tenham em mente que o processo deverá ser o mais aberto possível à opinião de todos os setores da comunidade, numa tentativa de se evitar erros cometidos no passado, como o caso do camelódromo bem exemplifica.
Numa outra ótica, a situação do camelódromo mais uma vez vem expor a baixa participação da comunidade nas decisões que envolvem o município. Em que pese todo o alvoroço que a tramitação do assunto tenha causado nos meios políticos, a população acompanhou à certa distância a discussão da matéria, o que se denota das sessões da Câmara de Vereadores em que o tema esteve em pauta. Por isso, neste momento em que volta à tona o debate sobre o planejamento estratégico de Taquara, com a revisão do Plano Diretor, é preciso que a comunidade se engaje e traga à baila os temas que entende que devam ser discutidos e revisados. Esse é o momento para evitar que erros sejam cometidos, sem que ao menos eles tenham sido amplamente discutidos anteriormente.

Abertura do Panorama

Tópicos publicados na abertura do Panorama, na edição de 23/09/2011.

VAI RACHAR UMA LENHA
Prefeito Délcio Hugentobler vem nitidamente subindo o tom das críticas a seus adversários políticos. No começo desta semana, antecipando-se a uma possível matéria da Rede Record sobre a UTI, o chefe do Executivo concedeu entrevista à Rádio Taquara, onde atacou o presidente interino do Conselho Municipal de Saúde, Zanandro Jung. Délcio revelou que Zanandro teria acionado a reportagem da emissora de televisão para fazer uma matéria sobre a não abertura da UTI em Taquara, considerando que a atitude era meramente política e somente atrapalharia o desenrolar da questão. “Se não podem e não sabem nos ajudar, que ao menos não atrapalhem o processo”, disse o prefeito. Lembrou que Zanandro participou do governo de Cláudio Kaiser e criticou porque a administração anterior não conseguiu abrir a UTI, confirmando que a estrutura deve entrar em funcionamento no final deste mês. Finalizou dizendo a frase do título deste tópico: “que vão rachar uma lenha”, em referência aos adversários.

ZANANDRO CONTESTA
Contatado por Panorama, Zanandro Jung confirmou que realmente acionou a Record para uma matéria sobre a UTI. Disse, porém, que se existe a previsão de abertura neste mês, a pressão da mídia estadual somente iria ajudar no processo junto ao governo do Estado. Enfatizou que trabalhou pela implantação da UTI em Taquara, ainda quando foi coordenador da Consulta Popular no início dos anos 2000 e esclareceu que, durante o governo Kaiser, não tinha poder para interferir nas decisões do Executivo sobre o tema. O presidente do Conselho Municipal de Saúde ressaltou ainda que está entre suas atribuições, como representante do controle social sobre o setor, a cobrança para que a UTI realmente saia do papel. “Quem já não teve um parente ou conhecido que precisou da UTI e ela estava fechada?”, questionou. Ponderou ainda que sua atitude em chamar a Record não foi eleitoral e acusou o prefeito de estar adiantando o debate relacionado ao pleito de 2012.

INAUGURAÇÃO NA INTERIORIZAÇÃO
Comentando o assunto UTI em sua coletiva de imprensa, o prefeito Délcio Hugentobler confirmou o que já havia dito à Rádio Taquara, quando da polêmica entrevista do começo da semana. Afirmou que a previsão do Estado é de que a UTI seja inaugurada durante a interiorização do governo, marcada para a próxima sexta-feira, dia 30. Tanto que a solenidade seria realizada logo após a abertura oficial, contando, inclusive, com a presença do governador Tarso Genro. Délcio ressaltou que todos os trâmites necessários para o funcionamento da UTI estão finalizados, inclusive o contrato entre a Secretaria Estadual da Saúde e o Grupo Mãe de Deus, que vai operar a unidade em Taquara. Como se sabe, o governo do Estado resolveu bancar os oito leitos da UTI taquarense.

MELHORIAS NO PARQUE
A Prefeitura de Taquara parece decidida a enfrentar o problema da falta de espaços de lazer no município. Depois de iniciar a reforma das duas praças centrais, o Executivo anuncia que está solicitando ao governo estadual recursos para uma completa revitalização do Parque do Trabalhador. Segundo o prefeito Délcio Hugentobler revelou em sua coletiva de imprensa, a diretora de Esportes, Lisiane Campana, protocolou pedido junto ao secretário estadual de Esportes, Kalil Sehbe. Délcio enfatizou que a Prefeitura não dispõe de dinheiro próprio para as obras, mas ponderou que já conta com os projetos visando à busca da verba. Ressaltou ainda que a ideia é melhorar toda a situação do parque, com a construção de um chimarródromo, quadra de esportes, reforma da pista de skate e melhoria na pista de caminhada.

REFORMA DO GINÁSIO
Questionado por Panorama durante a coletiva de imprensa, o prefeito Délcio Hugentobler também esclareceu a situação da reforma do ginásio do Parque do Trabalhador. Segundo o mandatário, a obra vem sendo tocada num ritmo mais lento em decorrência de que a empresa também é responsável pela obra do posto de saúde do bairro Santa Maria. Com isso, está sendo concluída a reforma interna do ginásio e a Prefeitura já providenciou um aditivo ao contrato original com a empresa para que a parte externa seja realizada. Esta parte da obra deverá começar nos próximos dias. Sobre a pista de skate do Parque do Trabalhador, anunciou que foi finalizado projeto prevendo que ela seja em formato de “L”, no entorno do ginásio. Agora, a Prefeitura pretende buscar recursos para bancar a obra.

PLANTÃO DE FARMÁCIAS
A Secretaria Municipal de Saúde vem tendo dificuldade para cumprir uma de suas promessas quando discutiu toda a situação envolvendo o plantão de farmácias. Foi anunciado na época que a escala de plantão estaria divulgada no site do Executivo na internet, à disposição para que a população pudesse consultar a qualquer instante. Até o momento, porém, a escala não foi publicada e assim dificulta para que a comunidade possa saber qual a farmácia estará de plantão durante as madrugadas. Até mesmo a entrada de um novo estabelecimento na escala de plantão não foi devidamente divulgada pela administração municipal. A propósito do tema: segue a disputa judicial entre a Prefeitura e a Farmácia Mais Econômica. Nesta semana, a drogaria entrou com recurso contra a decisão que cassou liminar favorável à empresa, mas nova posição do Judiciário ainda não foi tomada.

NEGOCIAÇÃO COM A RGE
Aproveitando sua coletiva semanal de imprensa, o prefeito Délcio Hugentobler divulgou avanço na negociação com a concessionária Rio Grande Energia (RGE) para o pagamento da dívida da Prefeitura com a empresa. Segundo o chefe do Executivo, a empresa aceitou algumas das condições propostas pela administração municipal. Com isso, a Prefeitura vai formalizar a sua proposta, aguardando o retorno da empresa. “Certamente ainda teremos alguns ajustes no acordo”, afirmou Délcio, revelando que a negociação envolve o pagamento da dívida tanto de energia como do imóvel que sedia o posto 24 horas, além de pequenos investimentos na melhoria da distribuição de energia. Um dos pontos atacados nesta questão é a entrada do Morro da Cruz, que sofre com a escuridão por falta de uma rede de iluminação pública adequada.

domingo, 18 de setembro de 2011

Abertura do Panorama

Tópicos publicados na Abertura do Panorama, edição de 16/09/2011.

ENTORNO DA RODOVIÁRIA
Além da audiência pública anunciada pelo Ministério Público, a discussão sobre o entorno da rodoviária da avenida Sebastião Amoretti deverá ter outro evento do gênero para ouvir a comunidade. Por solicitação do vereador Eduardo Kohlrausch, o Legislativo realizará audiência na próxima quinta-feira, dia 22, a partir das 19 horas, para discussão do projeto de asfaltamento em forma de “U” junto às ruas João Bayer, João Alberto Scheffel e Anita Garibaldi. Na semana passada, o diretor da Metroplan, Elir Girardi, disse à Rádio Taquara que há orçamento em sua autarquia para que a obra seja realizada, mas enfatizou que “o trem anda”, solicitando que a Prefeitura de Taquara protocole projeto para a realização da obra. O Executivo, por sua vez, entende que este asfaltamento não resolveria o problema, alegando que o necessário é o alargamento do acesso pela rua Anita Garibaldi.

DOR DE CABEÇA
Um cochilo da base do governo poderá render dor de cabeça à administração municipal de Taquara. Foi aprovado de forma unânime na sessão desta semana da Câmara de Vereadores o envio de representação ao Ministério Público, pedindo investigação sobre a destinação dos recursos oriundos da “venda” da folha de pagamento dos servidores municipais à Caixa Econômica Federal. Como a Prefeitura propôs originalmente, o dinheiro obtido com a operação seria aplicado na aquisição do terreno para o distrito industrial. Contudo, o prefeito Délcio Hugentobler admitiu recentemente que a verba acabou empregada na compra de maquinário e no pagamento de salários dos servidores. Entendem os vereadores proponentes da representação (Fabiano Matte, Carmem Kirsch, Eduardo Kohlrausch, Paulo Mello, Guido Mário e Luis Felipe Lehnen) que a medida da Prefeitura ofende a Lei de Responsabilidade Fiscal, a qual não permite “que receitas de capital sejam aplicadas em despesas correntes”.

VAI ENTENDER
No auge da discussão sobre a mudança do camelódromo da Praça da Bandeira para dentro da rodoviária, o que deve se confirmar na próxima semana, muito se falou que a permanência das bancas no atual local acaba por impedir a visão sobre a praça. Pois não é que nesta semana, na Câmara de Vereadores, foi sugerido que as bancas fiquem onde estão! O suplente do PP, Guido Mário Prass Filho, pediu que a Prefeitura estude a possibilidade de manutenção dos módulos e que eles sejam incluídos na revitalização da praça. O ex-vice-prefeito de Taquara sugere que as bancas sejam utilizadas pelas famílias que estão enquadradas na agricultura familiar, lembrando do projeto de construção da rua coberta ao lado e do grande fluxo de pessoas que poderia alavancar as vendas. Vai entender um pedido assim, após todos os trâmites para a mudança do camelódromo terem sido finalizados.

CONFUSÃO COM VEREADORA
A Prefeitura de Taquara se envolveu numa nova confusão com a vereadora Carmem Kirsch. Desta vez, foi durante reunião mantida pelo Executivo com os catadores de resíduos, na semana passada. Alegando que foi convidada pela categoria a participar do encontro, Carmem foi até a reunião no gabinete do prefeito Délcio Hugentobler. Ela contou, porém, que acabou surpreendida pelo chefe do Executivo, o qual teria dito que não começaria o encontro enquanto ela estivesse presente. Segundo Carmem, Délcio alegou que o motivo seriam as críticas por ela proferidas na Câmara de Vereadores. A vereadora mostrou-se indignada com a atitude do Executivo, uma vez que dois vereadores do PDT puderam participar da reunião: Adalberto Lemos e Maurício Hugentobler. Na Câmara, aliás, os dois foram os únicos contrários a uma moção de repúdio a atitude do Executivo, aprovada nesta semana. Até o líder do governo, Lauri Fillmann, votou favorável.

CENAS DO VANDALISMO
A reforma da Praça Marechal Deodoro nem está finalizada e já é possível verificar cenas do vandalismo, uma chaga que não dá trégua em Taquara. Passando pelo local na segunda- feira, repórter do Panorama verificou que a luminária que garantia melhor visualização do monumento da Chama Crioula foi depredada, com seu vidro quebrado e lâmpadas retiradas (foto). Segundo informações, um ciclista teria destruído o equipamento. A própria Prefeitura também admitiu que outras cenas de depredação foram registradas, citando como exemplo o sumiço de luminárias. Fica o alerta às autoridades para que aumentem o monitoramento da nova praça taquarense.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Hora de entendimento

Reproduzo abaixo editorial do Jornal Panorama, publicado na edição de 09/09/2011.

Hora de entendimento
Historicamente, nos últimos anos, o mês de setembro do ano anterior a um pleito eleitoral é agitado pelas movimentações de bastidores dos partidos, que precisam definir com toda esta antecedência quem pode ser um pré-candidato a prefeito ou vereador. Não tem sido diferente neste 2011 no Vale do Paranhana, em que em todos os municípios encontra-se alguma mudança, seja na troca de sigla ou nas confabulações visando a possíveis alianças.
É um período fértil para especulações, muitas delas meros balões de ensaio, procurando testar a reação dos eleitores. Diante disto, quem faz um jornalismo responsável precisa redobrar cuidados para não servir de instrumento de interesses escusos. Com a experiência de quem acompanha eleições há pelo menos três décadas, tendo passado por todo o período de transição da ditadura para a democracia, o Jornal Panorama segue na intenção da cobertura mais imparcial possível, abrindo espaço a todos os partidos e candidatos, respeitando o que preconiza a atual lei eleitoral no sentido de permitir a igualdade no tratamento editorial.
Entretanto, faltando pouco mais de um ano para o pleito municipal, esta não é uma tarefa fácil, uma vez que a lei refere-se principalmente ao período da propaganda eleitoral, nos três meses anteriores à votação. Acontece que a legislação eleitoral brasileira, que obriga interessados em concorrer num pleito a se filiarem a um partido um ano antes da eleição, tem produzido um efeito nefasto ao provocar também a antecipação do debate entre possíveis candidatos. Assim, tendo ainda mais de 15 meses de governo e de legislatura pela frente, prefeitos e vereadores acabam desviando o foco do que deveria ser suas principais preocupações para entrar numa troca de acusações que pouco ou nada contribui para melhorar a vida da comunidade.
É o que parece estar ocorrendo em Taquara, onde prefeito e alguns vereadores têm protagonizado nas últimas semanas debates acirrados sobre assuntos importantes. Identificar o ponto em que estes debates deixam de ser realmente sinceros para se tornarem mera tentativa de antecipar a eleição é uma das grandes dificuldades deste momento.
A comunidade precisa e quer que seus governantes e legisladores trabalhem para resolver os problemas e buscar as melhorias necessárias para todos. As lideranças políticas precisam entender que existe hora de eleição, hora de governar e hora de legislar, sem deixar que a mistura disto acabe sendo mais maléfica do que produtiva.

Abertura do Panorama

Tópicos publicados na Abertura do Panorama, na edição desta sexta-feira (09/09/2011).

DÉLCIO CONTESTA EDUARDO
Mesmo tendo enviado ao vereador Eduardo Kohlrausch mapas das ruas de acesso ao terminal rodoviário da avenida Sebastião Amoretti, conforme solicitado pelo parlamentar, o prefeito Délcio Hugentobler contestou nesta semana que a solução para os problemas seja o asfaltamento de três ruas em formato de “U”, como sugerido pelo legislador. O chefe do Executivo entende que a melhor alternativa para resolver o problema do acesso ao terminal rodoviário seria o alargamento da entrada pela rua Anita Garibaldi. O problema que reside aí é que os proprietários do imóvel que sedia a rodoviária não querem perder uma parte do seu terreno para ceder ao alargamento desta via. Délcio informou que este seria, inclusive, o entendimento do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer).

DEMORA NO INQUÉRITO
Ainda sobre o acesso à rodoviária, o prefeito Délcio Hugentobler frisou que o Executivo “não colocará um centavo” na obra de alargamento, a ser realizada pelos donos do imóvel ou pela concessionária. O chefe do Executivo informou que o assunto tramita em inquérito civil no Ministério Público, mas estranhou que desde 2010 não teve novas movimentações. Délcio informou que pedirá à Promotoria o chamamento de uma reunião entre as partes, para estudar a melhor alternativa a ser realizada no entorno da rodoviária. O prefeito também criticou a administração anterior, por não ter feito o estudo de impacto de vizinhança adequado. Segundo Délcio, se este procedimento tivesse sido adotado antes da mudança do terminal, os problemas não estariam acontecendo agora.

AUDIÊNCIA PÚBLICA
Questionado por Panorama sobre o andamento do inquérito civil que investiga a situação do entorno da rodoviária, o Ministério Público de Taquara informou a convocação de audiência pública para ouvir a comunidade sobre o tema. Segundo a promotora de Justiça Ximena Cardozo Ferreira, a promoção atende a uma sugestão do vereador Maurício Hugentobler e a ideia é ouvir, além da Prefeitura, Daer, concessionária e proprietários do prédio, também os moradores do entorno e os taxistas com atuação na rodoviária. A audiência foi marcada para o dia 5 de outubro, às 14 horas, no auditório da Promotoria de Justiça de Taquara, situado na rua Federação.

CRUZADA POR EMPRÉSTIMO
A análise, pela Câmara de Vereadores, de um projeto de empréstimo para realização das obras do PAC está rendendo dor de cabeça à Prefeitura de Taquara. Mesmo após reunião com o prefeito Délcio Hugentobler, vereadores vem apontando inconsistências na proposta, as quais o Executivo afirma que já foram sanadas. Uma das situações levantadas foi o aumento no valor do empréstimo, registrado posteriormente ao envio da matéria à Câmara. Na proposta original, o montante era de R$ 3,6 milhões. Mas na semana passada a Prefeitura remeteu ao Legislativo mensagem retificativa ao texto da proposta, onde informa mudança no total, que subiu para R$ 4,4 milhões. Vereadores também reuniram-se com moradores do bairro Empresa, que seriam beneficiados com as obras, buscando sensibilizá-los da necessidade de cautela na análise do projeto.

RELATÓRIO DA CAIXA
Comentando ao Panorama o aumento no valor do projeto de empréstimo, o prefeito Délcio Hugentobler explicou que o montante inicial correspondia a orçamentos de agosto do ano passado. Neste ano, a Caixa Econômica Federal, responsável pela destinação dos recursos, refez os orçamentos, chegando ao novo valor. Délcio enfatizou que os relatórios são todos da Caixa, sem nenhum envolvimento da Prefeitura. Voltou a frisar que a discussão deve ter como enfoque a necessidade das obras e ressaltou que o dinheiro a ser obtido com o empréstimo será integralmente utilizado nas melhorias, cujo pacote envolve retificação do Arroio Sonda e construção de 170 casas no bairro Empresa, além do canal da rua Pinheiro Machado, obra para evitar enchentes.

OPERAÇÃO CARTOLA
Caberá à 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJ) a análise do inquérito relativo à Operação Cartola. A Justiça de Alvorada, que até então conduzia o processo, resolveu nesta semana remeter a investigação para o órgão do TJ, tendo em vista indícios da participação de prefeitos nos crimes. Na região, a administração municipal de Parobé é investigada pela operação, que apurou suposto desvio de dinheiro público em contratos mantidos por Prefeituras com uma agência de publicidade. Num dos diálogos gravados, a prefeita Gilda Kirsch conversava com um dos sócios da PPG Publicidade, empresa de Porto Alegre investigada na operação. Gilda admitiu conhecer os sócios da agência, mas negou ter feito qualquer tratativa com eles sobre contratos. Acrescentou que determinou averiguação sobre apontamentos do Tribunal de Contas do Estado.

domingo, 4 de setembro de 2011

A corrida pré-eleitoral

Taquara começa, nos últimos dias, a viver um tenso debate muito claro para quem acompanha a política municipal há algum tempo: é a corrida pré-eleitoral. Neste mês de setembro vivemos um momento decisivo para o pleito de 2012, que é a definição do troca-troca de partidos. Isso precisa ocorrer, no máximo, até o início de outubro e agora as negociações políticas deverão ser intensificadas ainda mais.

Vereadores de oposição a administração municipal tentarão cada vez mais criar percalços ao Executivo, que revidará sempre. Assim, talvez as discussões que deveríamos estar travando em Taquara, como o porquê de não termos avançado praticamente nada nos últimos anos em termos de desenvolvimento, vão ficando de lado. Em pauta, e isso parte dos dois lados, colocam-se boatos, intrigas e picuinhas.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Abertura do Panorama


Tópicos publicados na edição desta sexta-feira (02/09) do Jornal Panorama.

QUÓRUM BAIXO
Quando novamente esperava-se que a sessão que aumentou o número de vereadores em Taquara tivesse ampla participação popular, a comunidade não marcou presença. Foi baixo o número de pessoas na reunião, restrita a pouco mais de duas dezenas de assistentes, ainda que a maioria com visíveis interesses partidários a defender. A mudança na data da sessão, aliás, pode ter contribuído, uma vez que fontes do Panorama revelaram que na segunda-feira houve procura pela reunião do Legislativo. Além disso, ao mudar a data da sessão para terça-feira, esperava-se que todos os vereadores participassem do encontro sobre o hospital de Gravataí realizado na segunda. Não foi o que se viu: quatro deles sequer marcaram presença. No mínimo, ficou a dúvida se a mudança não foi estratégia para esvaziar a sessão de terça-feira.

ALERTA PELOS 6%
Sabendo que seria voto vencido na questão que envolve o número de parlamentares, o vereador Maurício Hugentobler (PDT) deixou um alerta na sessão desta semana do Legislativo. Ele pediu a retirada de pauta da proposta aumentando o número de vereadores, para que ela fosse analisada conjuntamente com outro projeto que mantém em 6% o repasse do Executivo à Câmara. O pedido do pedetista foi rejeitado pelo presidente do Legislativo, Paulo Mello (PTB), que levou à votação a proposta sobre o número de parlamentes. Mello garantiu, no entanto, que a outra matéria, de autoria do vereador Nelson Martins (PMDB), será posta em votação assim que o parecer das comissões for emitido. O presidente voltou a dizer que acredita na aprovação da manutenção em 6%, acrescentando que é pessoalmente favorável à medida.
ERRO ESTRATÉGICO
Apesar de que provavelmente o projeto que mantém em 6% o repasse à Câmara seja aprovado nas próximas sessões, o Legislativo de Taquara parece ter cometido um erro estratégico ao deixar para analisar posteriormente esta matéria. Se já é difícil defender perante a comunidade o aumento do número de parlamentares, mais complicado fica sem a garantia de que o custo não aumentará. Pela lei atual, o repasse voltaria automaticamente para o teto constitucional a partir de 2013, passando para 7%. Na sessão desta semana, a maioria dos vereadores se disse favorável à manutenção em 6%, mas surgiram propostas do que fazer com o 1% restante. A ideia é não permitir que a Prefeitura destine para onde bem entender o dinheiro que deixa de enviar ao Legislativo, atrelando o repasse para áreas como saúde e segurança.

JOGANDO PARA A TORCIDA
Questionado por colegas de que estaria “jogando para a torcida” ao votar contra o aumento do número de vereadores, Maurício Hugentobler (PDT) se defendeu na sessão desta semana do Legislativo. E foi buscar um fato lá do começo do ano, mostrando que na política tudo tem volta. No mês de fevereiro, o vereador Fabiano Matte (PMDB) votou contra a majoração no subsídio dos vereadores e foi duramente criticado pelos colegas por não devolver a parcela de aumento no salário. Nesta semana, Matte foi acusado de demagogia por Maurício Hugentobler, o qual repetiu a tese de que, em 2013, se não for eleito pela cota de 10 parlamentares, abrirá mão do mandato. Fabiano Matte não respondeu à acusação de Maurício durante a sessão.

ZONA AZUL EM PAROBÉ

Está avançando o processo de instalação do estacionamento rotativo em Parobé. A Prefeitura realizaria ontem audiência pública para debater a instalação do sistema na área central da cidade (foto). Conforme a procuradora do Município, Cynthia Moreira, este é o primeiro passo do processo que está sendo deflagrado com vistas a uma melhor organização do trânsito. A medida decorre do grande número de queixas recebidas pela administração municipal. “Em função disso, sabemos que a intervenção do poder público já é vista com simpatia por entidades de classe”, sustenta a procuradora. A proposta do Executivo prevê a exploração do estacionamento por empresa privada, a ser definida mediante concorrência pública. Após a audiência, a Prefeitura deverá propor à Câmara de Vereadores a apreciação do sistema, cuja meta é implantá-lo ainda neste ano.
Crédito: Divulgação/Alvaro Bourscheidt

USO DA PRAÇA
No primeiro final de semana em que pelo menos parte da Praça Marechal Deodoro pôde ser utilizada pela comunidade, já se viu que as autoridades terão dificuldade naquele que é considerado o seu uso prioritário, segundo as regras do patrimônio histórico: um espaço de lazer para confraternização. Skatistas e ciclistas utilizaram a praça para a prática esportiva, usando até bancos para o desenvolvimento das manobras. Embora a praça esteja localizada na área central, nunca é demais ressaltar que a prática de skate deve ser feita em espaço destinado a este fim, assim como o ciclismo, o qual é proibido em calçadas. Se as condições daqueles espaços não estão adequadas, reforce-se a reivindicação para os consertos, mas não se utilize local incorreto.