sexta-feira, 28 de outubro de 2011

A mania do crédito

Editorial publicado no Panorama, edição de 28/10/2011.

A mania do crédito
A aprovação de projetos nesta semana por parte da Câmara de Vereadores deu o pontapé que faltava para obras mais que necessárias a serem realizadas em Taquara. Trata-se dos investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no bairro Empresa, além da solução para a problemática das enchentes no Centro e a retificação do Arroio Sonda, que tanto incomoda moradores do bairro mais populoso de Taquara. O que se espera agora é que novos entraves não voltem a atrapalhar estas obras e que “a mania do crédito” seja colocada de lado.
Com inúmeras demandas a serem enfrentadas, o bairro Empresa receberá, talvez, aquele que será o maior investimento habitacional já feito em Taquara, com a construção de 170 casas populares. O projeto, todavia, também irá corrigir erros do poder público, ao remover famílias que ocupam áreas verdes no bairro Eldorado e espaços alagadiços no Empresa. Se os agentes estatais não tivessem permitido a ocupação destes locais anteriormente, não seria necessário ter que corrigir os erros agora.

Outro investimento, não menos importante, é a construção de um novo canal na rua Pinheiro Machado, o qual pretende solucionar a situação das enchentes no Centro de Taquara. A obra promete mudar a rotina da cidade durante sua execução, tanto que exigiu um trabalho social a ser elaborado pela Prefeitura, com vistas a conscientizar a população do quanto é necessário enfrentar as dificuldades pela necessidade do investimento.

Em que pese a queda de braço vista entre oposição e o atual governo na análise do projeto de financiamento para as contrapartidas das obras, toda a situação ainda possui uma conotação política importante. Instada a revelar a origem do projeto, a administração municipal não titubeou em dizer que as propostas iniciaram ainda no governo passado, esclarecendo apenas que anteriormente não houve o tempo necessário para aprovação junto à administração federal, o que aconteceu no atual governo. O que se revela é a importância da continuidade. Assim como o governo passado deixou projetos que agora se transformam em obras, a atual gestão também deixará iniciativas que mais tarde poderão virar investimentos.

Administrar um município não é uma coisa isolada. Ações de hoje, podem refletir futuramente. Querer ficar na briga pelo crédito sobre de quem é a autoria de determinado projeto é diminuir a importância das obras, esquecendo que o principal beneficiado por elas deve ser sempre a sociedade e não os políticos de plantão.

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